Quem sou eu

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Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

sábado, 11 de agosto de 2012


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Comercial próprio. :)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Minha mensagem de final de ano

Sugiro frente ao tão festejado período do ano, que sigamos a idéia de todos os comerciais de televisão ou quaisquer outros que vinculem na mídia que tanto invade nossas casas. Sugiro que nos permitamos sonhar.
E nesse mundo de sonhos, de comerciais de finais de anos, as pessoas seriam consideradas belas cada qual com a sua particularidade. Não haveria mais padrões de beleza e o silicone não seria mais um assessório estético. Os anabolizantes não seriam mais vendidos no mercado negro, pois ninguém deixaria de ser aceito por ter um pneuzinho a mais. As mulheres voltariam a expor sua beleza através da fragilidade, e os homens enfim entenderiam que a TPM passa. A Ana Maria Braga deixaria de falar com um papagaio enquanto cozinha. Ela encheria sua cozinha de crianças órfãs e falaria com as mesmas enquanto no forno estivessem assando muitos biscoitos coloridos. Os jogadores de futebol brasileiros não iam mais se preocupar com penteados ou com grandes salários. Eles por fim entenderiam a responsabilidade de ser um exemplo para as crianças e assim seríamos, mais uma vez, o maior celeiro de craques do mundo. As fotos e vídeos que circulam na internet de animais mutilados desapareceriam, pois o RBS Notícias não iria mais noticiar tragédias. Na sua grade de programações, estariam somente relatos de pessoas que salvaram cães, gatos ou quaisquer outros animais da crueldade dos maus tratos. As pessoas não iriam mais gastar tempo tentando poupá-lo, pois não haveria mais “fast-foods” nas cidades. Todos iriam ter refeições longas e compartilhadas com amigos. O transito não seria mais motivo de estresse, pois não haveria mais tantos carros. O sedentarismo do mundo iria desaparecer, porque as pessoas iriam aprender a caminhar de novo. O computador não seria mais o melhor amigo das crianças. Todas voltariam a aprender a brincar por brincar, enquanto o sol bronzearia de novo suas peles pálidas. Os enamorados por fim entenderiam as imperfeições do amor. E dessa forma, seria reescrito o clássico da Cinderela e a mesma se casaria com o plebeu mais trabalhador e honesto. O cigarro, como as demais drogas, mal de todas as violências, seria abolido do mundo, pois ninguém mais precisaria fugir ou se anestesiar de um encontro consigo mesmo. Ninguém mais utilizaria passatempos, pois o tempo seria tão valorizado e aproveitado que todos os dias seriam vividos como se fosse o primeiro, e não como o último. Tal qual é pregado hoje em dia. Os idosos seriam respeitados e ouvidos. Os asilos deixariam de existir e todos que ainda tivessem avós teriam o privilégio de poder compartilhá-los com quem já os perdeu para sempre. As pessoas parariam de temer o arrependimento e aprenderiam com os erros. A música voltaria a sua essência que é ser bela, e não cúmplice dos entorpecentes. E a vida seria a celebração de todos, e não mais a agonia de muitos. Enfim, nesse sonho tão infantil que tenho, seríamos todos capazes de entender que nossa natureza é sermos imperfeitos. E assim, embora jamais alçássemos a perfeição, essa mesma que é a maldição destinada a Deus, estaríamos zelando diariamente o futuro de todos os filhos que estão por vir.
André Scheid. 

sábado, 17 de dezembro de 2011

Últimas palavras

Poderia dizer que é fácil ou simples. Na verdade, um simples poder de síntese resolveria essas últimas linhas mal escritas. Mas não, não é. Não fácil falar com alguém, ou quem sabe mais de uma pessoa, sabendo que é a última vez. Sim, definitivamente, a última vez. Algumas vezes blefamos, queremos atenção, queremos que alguém realmente se importe com o vazio que o silencio da nossa própria voz pode deixar. Mas não. Hoje, e não mais que hoje, não é o caso.
Sem enrolar muito, venho a quem possa interessar deixar algumas poucas palavras que justifiquem minha ausência. Não tenho o hábito de deixar qualquer coisa mal resolvida, então, nada mais justo que a dura verdade. Cansei. Desculpa, mas cansei. Não por fraqueza ou falta de forças para seguir em frente. Não é isso. Cansei das pessoas. Cansei do mundo. Cansei da forma egoísta, estúpida e nada solidária que a humanidade caminha. Cansei de tentar viver e me encaixar em algo que não serve no meu interior mais profundo. Casei do desvio de caráter que tenho que ter para ser socializado. Sendo sincero, cansei da utopia que me leva a caminhar a lugar algum, de crer em conceitos de caráter, doação ou fraternidade. Cansei de caminhar. Cansei de correr. Cansei. Simplesmente, não achei mais propósito. Não achei mais nada que seja válido acreditar. Nem mesmo na minha própria integridade (tão corrompida por mim mesmo nos últimos tempos). Não acredito mais na minha própria capacidade, seja ela qual for. Eu quero sair!
Por fim, não pensem que estou triste, doente ou delirante. Encontrei-me comigo mesmo. Desculpa a franqueza, mas delirante são vocês que ainda acham que tudo isso tem algum sentido. Acho que até houve um dia, mas não há mais.
Então, deixo a quem possa interessar um único conselho pertinente: compartilhe o amor. E o motivo é simples. É o único sentimento, ou coisa dentre tantas, capaz de suprir o vazio da alma. O resto é “conversa fiada”.  
Esse em mim, o amor, não existe mais. Nem mesmo uma simples esperança.
Sem mais.
Desculpa pai. Desculpa mãe.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Equação do Amor

Caminhei pelas ruas das incertezas que mapeiam meus dias. Contei pedras nas calçadas e desviei das emendas (me surpreendo que existam pessoas que tenham esquecido essa brincadeira ou tantas outras ainda).  Reparei nos sorrisos plastificados das pessoas, nos seus passos apressados, na rigidez das mãos e no peso do cotidiano que todos que passavam por ali carregavam. Sonhei breves segundos. Sorri. Voltei pro mundo ao som de uma buzina e xingamentos. Entrei na movimentada avenida com andar largo, parei um pouco, voltei ao ritmo inicial e sonhei. Sonhei enquanto cantarolava uma canção que o Caetano Velloso regravara há pouco tempo. Paguei de ridículo para uma menininha com cabelos coloridos, que cobriam seu rosto, enquanto eu cantava. Em seguida, “caguei e andei”. No meu tempo, e não pensei que seria tão breve dizer isso, não era feio se distrair cantando qualquer bela canção. Enfim, voltei mais uma vez pro mundo. Acelerei, estava atrasado, e entrei no prédio que tinha compromisso. Anunciei-me e esperei. Enquanto esperava sentando a minha vez, mais uma vez mergulhei no sonho profundo. Como era bom relembrar aquela praia. Aquela caminhada de mãos dadas na beira do mar, fora da temporada de verão, no frio do Rio Grande do Sul. Éramos apenas nós dois. Nossas conversas sem sentido faziam todo o sentido de sermos. Naquele mínimo ponto do universo, desafiamos e zombamos de todos os deuses. Quanta heresia foram nossos abraços e quantas blasfêmias todos os nossos beijos. Batemos de ombros para a imperfeição, pois nos bastávamos ali, somente, completando um ao outro.  E eu, que tenho o hábito medonho de equacionar tudo, não encontrei fatores que pudessem compor qualquer fórmula. Naquela praia, na minha lembrança e nos meus “sonhos”, exteriorizei, silenciosamente, um amor que nunca sentira antes. Esse mesmo que segue a regra fundamental do amor, que é ser tolo. Que é trocar qualquer situação ou lugar para estar ao lado de quem se ama. Que é entender que cada etapa de um processo doloroso de conhecimento se confunde com a renovação diária de uma chama, que se acende quando os olhos encontram o sorriso (no caso o teu).  E a longa espera do amadurecimento é anulada ao compartilhar de ambos, por horas e horas e horas, todas as brincadeiras bobas de enamorados.

Desde aquele dia na praia, te levo comigo aonde quer que eu vá. Nossa equação não faz qualquer sentido nas regras da matemática. Somente faz sentido para nós dois e o nosso sonho delírio compartilhado. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Perdi o romantismo – cultivarei e esperarei o processo

Eu não quero crer no conto. Tanto que não o conto adiante. Eu não quero crer que hoje seja o último dia. Mesmo porque já passamos da meia noite. Não quero crer que seja para sempre, até porque o para sempre, sempre dura muito pouco. Também não quero acreditar e contentar com o pouco, mesmo que o pouco seja a dor mais forte que possa suportar. Não vou acreditar no ódio, esse mesmo que te faz pensar em mim todos os dias. Não vou acreditar na felicidade aos quatro cantos, pois tão sem rumo essa mesma se perde nos pontos cardeais. Não estou interessado mais em teorias, quero me contentar somente com as coisas reais (e salve Belchior). Não creio no absurdo, no extremo, no luxo, no lixo e nem no final. Não creio no Lula, no Obama, na Dilma ou em um país melhor. Não caio nas conversas de quem tanto fala e tanto mostra o contrário do que diz. Não acredito em milagres. Não acredito em santos. Não acredito no karma, cabala, tarô e ciganos. Não acredito na vida após a morte, na vida que se faz de morte e nem mesmo na própria inevitável morte. Não acredito em concordâncias verbais, regras de português e bons costumes. Esses mesmos muitas vezes são utilizados para disfarçar a própria falta de caráter. Não acredito em Budha, Zeus, Jupiter ou Maçã. Não acredito em palestras educativas, seminários, auto-ajuda e Paulo Coelho. Ah, também não acredito em “pequenas empresas, grandes negócios”, histórias do Matarazzo ou ainda na saga de Alencar. Não acredito no rock, nas guitarras Fender, nos barulhos eletrônicos e nas músicas de louvor a Jah. Não acredito nem mesmo no que mais precisaria, por urgência, acreditar. Mas acredito, muito, em uma única coisa: na eternidade da photografia do teu rosto sorrindo para mim. Somos a realidade. Tu, eu e a química. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tu mudaste

Depois de tanto refletir. Depois de tanto poupar palavras duras. Depois de tanto tolerar. Depois de tanto escutar. Depois, e tão somente depois, de parar de ser um perfeito imbecil, tu mudaste. Descobri que a “nova” pessoa que sou ama demais e se deixa ser amado pela “velha” pessoa que és.   

Morrer de Tristeza

Tão trágico quanto o lado escuro da lua. Infértil tal qual terras do deserto. Quem sabe talvez diga ao certo... A tristeza não me embala, mas deixa o que foi alegria em qualquer canto da antiga sala.  

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Se

Termo condicional tardio enraizado em meus pensamentos, assim surge:

E se luz não se refletisse no teu sorriso?
E se a tua voz não fosse única aos meus ouvidos?
E se a lua, debochada conselheira dos amantes, não fosse tão tua ao ouvir meus lamentos?
E se meu envenenado coração ainda não estiver um deserto seco?

Talvez um sentenciado não?
Talvez um tímido e engasgado sim?
Talvez tuas roupas pelo chão?
Talvez fosse simples assim?

Quem sabe seja a situação?
Quem sabe seja o destino?
Quem sabe, às vezes, sabe não?
Quem sabe eu saiba ser sozinho?

Mas é o “se”: e se tu quiseres?
E se eu quiser?
E se não possamos?
Como vamos saber?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sinal da Despedida

É com estrema crueldade, registro da minha personalidade, que deixo aqui essas palavras registradas. Estando ciente que lerás e o quanto assim isso te importunará pelas próximas trocas de noites que virão no teu tempo terreno. Contudo, antes de iniciar, devo salientar que tampouco sinto qualquer remorso por saber das tuas angústias que estão por vir.


Sinal da despedida


Faça um exercício. Na verdade, um exercício bem simples. Tente imaginar o quanto é possível doer perder um pedaço do próprio corpo. Ter amputada a perna, o braço, olhos ou orelhas. Consegues imaginar o quanto seria difícil a vida a partir de um fato como esse? Tente imaginar o restante dos dias em uma cadeira de rodas. Tente imaginar todos os dias ter que esperar alguém que te conduza ao atravessar a rua. Se possível, tente imaginar alguém tendo que te dar banho. Alguém tendo que te dar comida na boca. Alguém tendo que repetidamente zelar o teu estado vegetal até que a vida tenha piedade. Se for possível tal exercício, tente imaginar o teu sentimento. Tente imaginar a tua ânsia de vida preza a um corpo que hoje não corresponde mais as tuas expectativas. Aquela sede de levantar, de correr, de abraçar alguém, de enxergar um sorriso, de tocar um rosto e de sentir o amor passar por todos os teus vasos sanguíneos. Aquela vontade tão característica de falar, gritar, fazer piadas e sorrir. E agora? Caso o raciocínio esteja sendo seguido, tente mais uma vez imaginar toda essa energia vital preza, contida e sem fluxo para o mundo. O canal está interrompido. Não há mais como exteriorizar tudo isso que carregas dentro do peito. O corpo não suporta mais. Com todos os sentimentos que ainda existem no interior, não é possível uma única lágrima sequer. Nada. Incomunicável. Consegues imaginar isso? Talvez até consigas. Mas, certamente essa não é a condição que te encontras e após ler isso, alguns minutos depois, tal sensação ruim terá passado e a única preocupação será quando vai haver mais uma bebedeira entre amigos. Afinal de contas, não é a tua condição atual. Ficaste triste talvez, pensando em quantos casos como os citados acima existem no mundo. Mas passou. A “vida” seguiu.
O que nunca te deste conta, é o quanto anestésico é perder algo muito pior que isso tudo que falei.  O quão ruim é poder usufruir das maravilhas de um saudável corpo e o deixar se esgotar por ter tido um pequeno, quase invisível, pedaço amputado. Enquanto tudo se esgota, sendo repetitivo, perdestes a alma. Nada mais triste que ver alguém com a alma amputada pelas imposições cotidianas. Pelos equivocados convívios sociais. Perdestes. Ela se foi.
Finalizo colocando o melhor da minha personalidade. Tevês chance. Poderias ter preservado tua essência frente a uma vaidade tão fútil e tão sem valor com o passar dos anos. Tevês alguém que te esperou. Tevês alguém que deixou tudo por ti. Tevês alguém que queria “te matar” de amor. Que simplesmente teu sorriso se fazia o evento mais importante do universo. E com tudo isso, tenha a certeza que farias toda a diferença na Terra, ao menos para aquela única mísera pessoa que hoje não habitas mais esse planeta. Sinto em te dizer, mas tu terias feito toda a diferença e agora não farás mais. Todo esse vazio, toda essa culpa, vai te consumir. Eu sei. Tu sabes. Todos sabem. E não sinto remorso algum por isso.

sábado, 1 de outubro de 2011

Saudade – “Significado e definição.”

Como é possível colocar em uma única frase tal dimensão, que transborda fronteiras da razão contrariando espaços, e ao mesmo tempo em que se expande, aperta o peito cansado?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sobre a Saudade

Tocar com os pés a areia e ouvir o mar compor melodias tristes no espumar das ondas. Até a brisa da praia vem sussurrar ao meu ouvido repetitivamente teu nome. E a linha reta do horizonte se rendeu e desenhou tuas curvas. Onde quer que mire, teu sorriso debochado está sempre me aguardando.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre o Tempo

Curioso, a melhor maneira de usufruir e desfrutar do maior ativo, o tempo, é desperdiçá-lo e deixá-lo se esgotar, compartilhando da tua presença. Muito perde quem o preserva, ocupado das coisas importantes e tanto supérfluas, perdido nas águas solitárias das angústias e preocupações. Meu ativo, minha época, meu tempo, tem como água corrente o destino de ser eternizado ao lado teu.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sobre os intervalos.

Nos intervalos da vida permito-me fingir que te esqueço.

domingo, 25 de setembro de 2011

De coração

De coração aberto te desejo que não sejas mais tola. Que não penses que o universo esta contra ti. Que não penses que todas as pessoas têm inveja da tua singular beleza, essa mesma que te deixa tão frágil e insegura. Desejo-te, com todos os restos da minha alma que ainda me faz hora que outra, humano, que sintas um pouco, ao menos um pouco, a tua condição de ser somente mais um ser. Claro que de forma saudável, pois tenho certeza, e não dúvidas, do quanto te sentes deslocada, abandonada e porque não dizer assim diferente. Também te desejo que caia sobre a tua moleira a justiça. Para que assim entendas o valor da família, do amor, da compreensão e do perdão. Desejo-te, na minha condição duvidosa, que reconheças o amor quando o mesmo realmente aparecer. Que entendas que tal sentimento nada mais é que o reflexo perfeito da natureza humana, repleta de defeitos e odores intragáveis. Aproveite o amor. Ande de mãos dadas ao pôr – do - sol. Aceites o simples “eu te amo” e verás como naturalmente teus lábios desenharão a escrita de uma sincera resposta. Entendas. Entendas muito. Quem muito entende corre o sério risco de um dia ser entendido. Aquele que nada quer entender terá no seu futuro o desencontro da compreensão. Ame. Não interessa o quanto doer. Ame. Desejo que ames os teus, teus momentos, tuas glórias, tuas derrotas, tua euforia, tua dor. Ame. Nunca deixe de amar. Quando o amor em nós seca, nega a condição de seres amorosos que somos. Sem amor somos zumbis. E por fim te desejo que aceites minha oração. Não terei mais chances de te dizer o que aqui está escrito. Quando a vida se impõe a nós, com a implacável ação do tempo, não nos resta artifícios para salvar-se da batalha. Minha hora, meu tempo, minha vida, contigo acabou. Portanto, te desejo que aceites minha oração e minha condição hoje de árvore seca. Pois se te desejo tudo acima, é porque o mesmo em mim não transcorre e sei que estou tão somente à espera do quando.

domingo, 11 de setembro de 2011

Reencontro

A ansiedade me consumia por saber da tua chegada. Tinha a confirmação da tua presença, pronunciada aos quatro cantos nas bocas das pessoas. Aguardei pálido, cético e porque não dizer, de certa forma, aparentemente indiferente. Mas não estava. Qualquer um que fixasse o olhar na inquieta expressão dos meus traços sabia que um frio cortante e agudo se encontrava na boca do meu estomago. Disfarcei. Fumei. Bebi. Nada aliviou minha tensão. A cada minuto, a cada segundo, te procurava para saber se já estávamos dividindo o mesmo ar. Nada. Nenhum único sinal. De repente, e já plagiando, “não mais que de repente”, refletiu-se a luz na maciez deslumbrante da tua pele. Congelei. Escondi-me. A freqüência da tua voz tornou-se única aos meus ouvidos naquele ambiente tão barulhento. Eis que no exato momento em que uma breve paz desafiava a gravidade, fazendo-me levitar ao te acompanhar com os olhos, me vistes. De pronto, vesti meu corpo tímido, inseguro e nu com toda a prepotência e arrogância que havia nas velhas gavetas do meu peito tão machucado. Com essa atitude tão conhecida de ambos, descruzei o olhar. Cego com a máscara petulante, não vi avançares o terreno e ocupares meu espaço. Com a umidade dos teus lábios trêmulos e a malicia da tua língua acariciando o cintilante dos teus dentes, desferistes a minha pessoa, com as toneladas da mais dura ferroada, o tiro misericordioso em forma de um receptivo e discreto “olá”. Como a característica principal da insegurança é a falsa indiferença, acenei com um simples gesto de “Gulliver” e me retirei do espaço. Tantas negações e aproximações desencontradas fazem da nossa história a comédia mais sem graça já vista.

Pela capacidade de compartilhar

Já tive mais energia para te amar. Já tive mais vontade de te amar. Mais dedicação, mais disposição. Eu já quis mais. Bem mais. Assim, para te dizer a verdade, eu já fui desesperado. Eu já ansiei, já esperei, já torci e “mandiguei”. Mas chorei, sabes. Chorei demais. Sofri demais. Entretanto, agora não sofro. Não me dói saber o que fazes. Não me dói saber com quem estás. Também não me dói saber que prometes o que nem mesmo é mais teu. (me refiro ao teu próprio corpo e coração, que não governas ou preserva) Na verdade, não sinto nenhum pesar ao pensar ou saber de ti. Mas tem uma coisa que me incomoda sempre: saber que somos dois completos imbecis que carregam o mesmo sentimento e que não têm a menor capacidade de compartilhá-lo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cicatriz

Aos ruídos maliciosos passaram-se os anos
Deixando assim somente ruínas e flores mortas
No compasso das minhas direções tortas,
Esculpi os traços finos dos meus critérios.
Fiz de mim a figura de um anjo torto
O senhor do vazio, a ser mais um sorriso sem razão
Único, disfarçado na penumbra,
Longe da clara e falsa ilusão.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Débora e Kelin

O pouco que pude tocar com as duas juntas, deu para salvar uma composição delas na minha memória e em uma gravação pra lá de muquirana. Fica a letra abaixo registrada.
PS: Vcs são demais!

“Eu não sei dizer.
Não sei se é eu ou se é você.
Não sei se é sol ou chuva,
Se é de maçã, pitanga ou uva.
Não sei se sim, se não,
Se é amor,
Se é paixão.
Não sei se é morte ou vida
Só sei de nós: ferida.
E se eu quis,
Queria.
Não, não quero saber
Desse jeitinho de deixar acontecer
Você ficou e ficou aqui,
Agora não quero e não vou dividir.”

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sofisma

Vou blasfemar teu nome,
Envolver-te em escrachos e difamações,
Repudiar teu rosto, gosto, pele,
Toda essa epiderme que tanto desejei.

Vou te envolver nos meus escândalos,
Para seres a última página de um livro não lido.
E ainda que não saibas, meu sincero ódio há de ir contigo,
A cada rua nova que adentrares.

Dentre todos os caminhos que ainda possas
Envolver rasteiramente meu nome,
Saibas que a praga a tua memória me concederá justiça
(Ainda que essa seja equilibrada somente para mim.)

Que tal sofisma assim sentencie,
Aquilo que foi amor extremo,
Que de pureza, onde jaz meu peito,
Não existe mais
há somente a desilusão sobre esse mesmo leito.

sábado, 9 de julho de 2011

Qualquer dia desses



Qualquer dia desses nos encontraremos de novo. Seja a mágica ou o sobrenatural, seja vida, a morte, o que é certo ou o que não é normal. Qualquer dia desses. Qualquer dia desses.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Acho que é isso que eles chamam de felicidade

Provérbios 14,13

“O sorriso pode esconder a tristeza; quando a felicidade vai embora, a tristeza já chegou.”

Quando pequeno, havia um único lugar seguro para mim. Era um lugarzinho atrás da minha cama, que mesmo com o tamanho de criança, tinha que me encolher para entrar. Lá guardava meus tesouros infantis, tais como algumas revistinhas, alguns brinquedos e o primeiro violão que fora da minha irmã mais velha. Esse último ainda não pensava em aprender, era somente um barulho desatordoado e infernal (há quem diga que isso não mudou até hoje). Sempre ansiava à hora de ir para o cantinho. Saía para escola cedo de manhã já contando as horas de chegar naquele pequenino lugar onde a felicidade morava. Eram tão poucas as horas que podia ficar ali, até mesmo as crianças têm compromissos, que o único momento de total felicidade que tenho lembrança daquela época era naquele lugar. Sozinho naquele cantinho atrás da minha cama que se eu não encurtasse as pernas nem entrava.

O tempo passou. Creio que de 4 para 6 anos eu já não entrava mais no lugarzinho onde morava o bem estar, a dita então felicidade, que tanto ouvia falar mas ainda não conhecia com certa intimidade. Então, não mais que de repente, a felicidade passou a não existir mais para o guri de 6 anos. Não havia mais um lugar onde ele se sentisse bem, onde ele esperasse cada minuto passar para estar. A felicidade simplesmente fora embora à medida que os ossos e todo o tecido epitelial cresceram. Nascia então uma nova situação, ainda que não definida, “a busca da felicidade”.

A felicidade é buscada porque é mais rara que um diamante de todos os quilates possíveis. Basta olhar em volta, ela se faz um tesouro maior por haver uma grande oferta de ofensas, tristezas, depressão, atitudes destruidoras e demais coisas que o ser humano é capaz de produzir em abundancia. A pulverização da inveja, da cobiça e outras coisas desse gênero, praticamente deixa seco o campo verde e agradável onde talvez morasse a felicidade. Esse “veneno” é passado como uma herança natural, só que de pessoa para pessoa, assim, tendo um alcance cada vez maior nos corações que tanto perseguem a dita “felicidade”.

Então, claro que não estou contando nenhuma novidade. As pessoas no geral são um saco, egoístas, mesquinhas e diversas vezes espalham com palavras a própria ignorância invés do silencio sábio. O que posso querer dizer com essas quatrocentas e catorze palavras até agora? O óbvio. Onde está a felicidade depois que não cabemos mais no nosso cantinho secreto? Vou dar a resposta, nas linhas do próximo parágrafo, de onde está a felicidade.

Não sei! Certamente não poderia ser tão presunçoso para achar que tenho tal resposta. Mas sei de uma coisa: sei onde ela não está. O tesouro não está na obsessão. Não está na inveja. Tampouco está na cobiça. Ele também não está na competitividade louca do teu trabalho. Com certeza ela não está nas tuas imputações de conduta sobres os teus. Não está também nas palavras que forças para que sejas mais interessante que alguém ou alguma coisa. Também não está no que a maioria das pessoas chama de amor. Não está no abraço forçado, entre as pernas da mulher desesperada ou no drink do homem solitário na zona. Não está em nenhum desses lugares. Não está no confortável bem-estar que a depressão produz. E posso dizer, provavelmente não está na maioria dos lugares que algum leitor possa nesse momento achar que está ao ler essas quase seiscentas palavras.

Onde está essa porra de felicidade então? Continuo mantendo a resposta: não sei. Mas sei de alguns lugares onde não sinto mais a falta dela. São lugares muito próximos aquele cantinho mencionado no começo do texto. Nas cordas da 1956 e da 1975. No sorriso da Carol, minha sobrinha. “Nos bilhões” de palavras que meus sobrinhos, Matt e Luke, gritam no skype que não consigo entender. Na solidão da estrada. No encontro anual da minha família (claro que não mais que 1 hora todos juntos!). Na companhia de fiéis e bons amigos. Nas músicas que canto no chuveiro! Nos braços da morena que sei lá se amo (o que mais me deixa intrigado é que ela sabe disso). Nas lembranças doces que deixam um amargo na minha boca e um aperto no meu peito. Nas vitórias da sobrevivência. No perdão justo e quando sou perdoado justamente. No consolo que me pede quem assim me valoriza. Esse por sua vez geralmente é somente um silencio e um abraço, até porque não tenho muitas coisas importantes a dizer para serem considerados consolos. Enfim, em alguns momentos como esses, a felicidade não me faz falta alguma. Acho que chamar de “felicidade” talvez seja aquelas lacunas que a tristeza deixa quando momentaneamente vai embora. Quando alguns pássaros negros não colocam mais seus ovos de pedras em nossos corações. Se a felicidade for o resultado da falta de tristeza, e repito, não sei se é, acho humildemente que tais lacunas devem ser desfrutadas com o sentimento que se faz merecer: a alegria. Digo assim porque viver nesse mundo repleto de tristezas torna tais momentos de ausências de dores quase impossíveis.

Provérbios 15,17

“É melhor comer verduras na companhia de quem a gente ama do que comer a melhor carne onde existe ódio.”

P.S.: Antes que alguém diga que virei crente, e vai tomar no cu por isso, procure saber o que são os “Provérbios” da Bíblia. Talvez tais palavras sábias façam a vida de quem pensou isso menos medíocre. ;)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sopros e sopros



Vozes contraditórias na órbita da minha cabeça
O destino que nunca chega
O rumo é tão incerto
A casa que jamais quero voltar
Todas as coisas que soprei e perdi pelo ar,
Que não importam mais.
Cada vez que encontro a estrada, o demônio fala próximo ao meu ouvido.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Toma no cu"

Tenho tido medo da minha própria intolerância. Minha paciência, ou a falta da mesma, tem me transformado numa pessoal cruel, seca e indesejável pelas demais. Seja pela linguagem que tenho utilizado, geralmente direta e com palavras fortes, além dos palavrões ilustrativos, ou pelos próprios movimentos faciais de desprezo. Tenho semeado um indigesto sentimento das demais pessoas com a minha presença. Claro que muitas vezes isso já é um tiro para que saiam de perto de mim, para um determinado grupo é claro. Entretanto, outras vezes é sem querer, além de provocar reações que eu mesmo nem queria. Motivos para isso? Esses eu tenho, com certeza. Agora, se são legítimos ou não, bem isso é outra historia.

Creio que se mais alguém acompanha esse blog, deve saber ao menos um pouco da minha história. Deve saber um pouco como são as regras da cidade onde moro. Bem, certa feita eu tive uma casa noturna. Essa mesma teve um sucesso local significativo, posso assim dizer. Até então tudo certo, se não fosse o fato de eu ter 21 anos na época da inauguração. Encurtando o enredo, fiquei bem deslumbrado com a pequena e frágil “babilônia”. Era tudo fácil e divertido. Bem, quando isso acabou, quando a festa encerrou e os ratos e baratas tomaram conta do ambiente, quando o ciclo acabou... Bem... Foi possível ver que não tinha tantos amigos assim. Foi possível ver o quanto tudo isso é falso, juntamente com muitos de seus personagens, e o quanto isso pode fazer de estrago numa criança. Sim, eu tenho consciência de ter sido bem ingênuo em alguns aspectos nesse período. Hoje, sem traumas sobre isso, um psiquiatra resolve bem o problema. Mas fica a barreira quando encontro muitas dessas pessoas.

Por outro lado, fiz bons amigos nessa época. Bons mesmo. Encontramos-nos com alguma freqüência e isso é algo muito prazeroso na minha vida. Só para registrar, já que esse fato não tem nada a ver com a minha intolerância atual. Além disso, só a fim de registro mesmo, um fato bem legal disso tudo foi reencontrar muitos dos amigos “esquecidos”, engolidos pelos perfumes da noite. Esses mesmos deixam a vida bem mais divertida.

Agora, voltando ao assunto do texto, ando muito de saco cheio. Muito! A regra hoje das opiniões, no geral, é “falo o que quero para você e obrigatoriamente terás que concordar comigo”. Que coisa estranha isso né? Há pouco tempo fiz um perfil de Facebook, com o intuito de encontrar algumas pessoas legais que não tinha mais contato. Não querendo bancar o pseudo- intelectual, nem tenho pretensão de ser um real, mas os níveis de coisas estúpidas que tenho lido têm deixado minhas bolas trincadas. É demais. É horrível. É triste. E o pior: é sério. Tais opiniões têm um caráter de seriedade nos autores. Eles realmente têm essas idéias. Não é humor. Ou melhor, até é né...

Enfim, apenas justificando mais o titulo, agora que minha vida começa a tomar um rumo prazeroso de novo, que as coisas estão mais calmas, que as noites de sono são bem dormidas, ainda existem alguns seres bestas que dão o velho ar da graça. Aqueles mesmos que quando mais precisei, que se diziam meus amigos, que batiam nas minhas costas, querem ter um contato um pouco mais chegado. Tomar no cu! Tudo bem, podemos dizer que as pessoas são assim mesmo e bla bla bla, e eu sei disso. Talvez seja um dos últimos humanistas reais. Mas não creio que isso seja uma atitude tão humana. Tenho uma crença, estúpida, que uma atitude humana é escrever um desabafo como esse, tomado pela emoção. Mau? Sem coração? Eu sou esse mesmo ou quem agora quer um breve contato é que é? Estranho né... Bem, finalizando: Não tenho olhado para o passado, só quero saber do que vou encontrar quando virar a próxima esquina. E antes que isso fique muito poético, até porque não é a fase atual, “vão tudo se foder”. ;)

Os: desculpe eventuais erros. Não pensei na construção e nem corrigi esse texto. Perderia a naturalidade.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Tenho lido bastante esse "sujeito" aí. Fica a dica para quem não conhece. Guilherme de Almeida.


O Ciúme - Guilherme de Almeida



Minha melhor lembrança é aquele instante no qual

Pela primeira vez, me entrou pela retina

Tua silhueta, provocante e fina

Como um punhal

Depois, passaste a ser unicamente aquela

Que a gente se habitua a achar apenas bela

E que é quase banal.

E agora que te tenho em minhas mãos e sei

Que os teus nervos se enfeixam todos em meus dedos

E os teus sentidos são cinco brinquedos

Com que brinquei

Agora que não mais me és inédita; agora

Que eu compreendo que, tal como te vira outrora

Nunca mais te verei

Agora que de ti, por muito que me dês

Já não podes dar a impressão que me deste

A primeira impressão, que me fizeste

Louco talvez

Tenho ciúme de quem não te conhece ainda

E cedo ou tarde te verá, pálida e linda

Pela primeira vez.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Veja bem..."




Esse é o exato momento do "veja bem..."!
Fonte: Caco Bender, casamento do Diogo 2/4/11.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Os verdadeiros anjos



Não vou me estender muito hoje. Vou apenas comentar minha crença nos verdadeiros anjos. Sábado passado meu irmão Diogo casou. Ele não é meu irmão biológico, é um desafio as regras da ciência e da natureza. É um irmão de alma, provando que essa mesma existe. Conhecemos-nos desde os quatro anos. Fizemos toda a escola juntos. Juntamente com ele, fiz grandes amizades nesse período. Verdadeiras amizades, para frisar bem. Pois bem, pela primeira vez na minha vida fiquei comovido com aquelas fotos que passam nos telões nesse tipo de evento. Fotos nossas de quando éramos pequenos. Todos aqueles barbados de quase trinta revendo as fotografias dos tempos de escola, lama, brinquedos, choros e todos os tipos de travessuras. Foi de fato muito comovente ver todos aqueles “piás” hoje se parecendo muito mais com nossos pais que com as crianças, adolescentes, que ainda guardo na minha memória. Pela primeira vez consegui visualizar que de fato crescemos. E não que isso seja ruim, pelo contrario, isso nos coloca muito mais próximos dos humanos que são nossos progenitores, mas doeu um pouco. Doeu ver, pela experiência e não simples teoria, que estamos viajando velozmente no tempo. Mas assim, algo foi muito confortante: eles ainda estão, e creio que sempre estarão ali. Como fieis anjos. Como as pessoas que sempre estarão do nosso lado, haja o que houver, aconteça o que acontecer. Hoje percebo, observando nossos pais, que algumas angustias que achamos que um dia sumirão sempre estarão ali, vez que outra, assombrando nossos pensamentos. E é assim que a vida é. Mas é bom demais saber que eles, os anjos que me refiro, sempre estarão prontos para que qualquer coisa. Sei que estou sendo repetitivo, mas não é necessário um bom texto, bem escrito, para dizer o quanto essas pessoas são importantes pra mim. E mais, são anjos mesmo, que bebem, fumam, trepam. A hipocrisia não existe no “meu” reino de deus.


PS: trilha sonora da vez: http://www.youtube.com/watch?v=aeWIMYVKbLE&feature=fvwrel
Essa música só tem sentindo por causa de pessoas como vocês.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Recalque

Hoje, como tantas outras vezes, vou exercitar meu recalque nessa página. Até porque creio que se a maioria dos escritores, pensadores, filósofos e bêbados não tivessem muitos recalques, seus textos não teriam a menor identificação ou fundamento. O recalque faz parte da condição humana e é de muita importância ser exteriorizado por quem dele tem alguma breve consciência de diagnosticá-lo como um sentimento que de fato é. Caso o sujeito não tenha essa breve consciência, ele também não vai deixar de exteriorizar esse magnífico sentimento. Ele o fará e sempre o fará de forma estúpida e com grandes estragos, as chamadas atitudes ridículas. O que é uma coisa meio besta dizer, porque na atitude e no significado da palavra, nada pode resultar da ação de um recalque que não seja a palavra ridícula para a melhor ilustração. É mais prudente diagnosticar para que o recalque seja menos vergonhoso, não provocando o que gosto de chamar de “vergonhera”. Gosto sempre de colocar, e essa situação existe em um livro meu que quiza um dia será publicado, que se o demônio pudesse repetir a historia de Jó nos dias de hoje, ele somente precisaria amplificar e encorajar os recalques do religioso. Com a quantidade de ferramentas que temos hoje, a exemplo dos sites de relacionamentos, isso já geraria estragos dantescos. Mas enfim, o recalque nesse exato momento é só meu e não vou ficar fazendo filosofias chapadas sobre o assunto na amplitude do ser.

Após conversar com um grande amigo meu ontem, chegamos à conclusão que em aproximadamente, e muito infelizmente, vinte anos talvez nossos pais apenas ilustrem belas memórias na nossa mente. Todos os feitos deles serão uma saudosa lembrança praticamente singular na cabeça. Para não irmos muito longe, serão lembranças para meu filho como são as lembranças dos meus avôs para mim. Vagas. O que quer dizer que todas as preocupações deles, empenho, ensinamentos, sacrifícios, não terão muito significância para a vida na Terra. Prova disso é falarmos do Japão, aquelas aproximadamente vinte mil pessoas que morreram não são mais lembradas pela maioria das pessoas do globo, que certamente já se ocupam de outras coisas. O que é correto. A vida, com a nossa anuência ou não, sempre e de alguma forma, vai continuar. E não vai se importar muito com a gente. Hoje posso falar de grandes escritores e músicos que muita gente nem lembre. Essas por sua vez vão me falar do Luan Santana e eu (sem respeito nenhum dizendo) vou estar cagando e andando para isso. Até o querido astro pop do Brasil de hoje será, e talvez muito em breve, uma lembrança. E depois de um tempo, para muitos e muitos, nem isso. “Luan quem?” Será assim mesmo. Porque somos assim. Porque a vida é assim. Porque tudo no nosso sistema solar e demais galáxias é assim.

Então, onde está o meu particular recalque nessa lenga lenga toda? Simples: como eu, instrumento de adoração própria, um dia nem memória de alguém serei? Como eu, aquela pessoa que considero mais especial que todas, posso ser deixado por alguém?Como eu, e somente eu, não faço uma diferença de fato nessa merda toda de vida? Isso é muito recalque para um ser só! Eu, no plano real, não faço diferença nenhuma. E sei disso, mas não sinto isso. Se assim sentisse, acho que a depressão seria tão pesada que a morte não seria um culto e sim necessidade urgente. Eu ainda sou para mim o centro das atenções. E coloco isso hoje nessa página! Exponho meu recalque com gosto de exercer minha condição humana. E adivinhe: essa atitude e texto são ridículos. Bem ridículos de passagem... Mas poderia ser pior, eu poderia ter um perfil de Facebook, Orkut, Twitter... Ou até posse em algum governo. Ou uma simples arma na mão. “Tá barato” para o tamanho do meu recalque esse blog.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Epitáfio


Peço por favor, quando eu morrer, que seja esse o epitáfio:

“Aqui jaz, muito contrariado, André Scheid.”

Viver é tragicamente maravilhoso. Além de ser a única opção garantida.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Olhos de rubi

Preciso reconsiderar o medo ao pensar em ti
Por todas as ondas brancas que existem no teu véu
Que envolvem toda a doçura do teu mel
Sendo comigo, arte de um pensamento cruel

Que brilho envolvente tem teus olhos de rubi
Pedras que armam a coragem para a peleja
Despertar do ódio do lobo, na lua cheia,
Da aranha na caça da presa em sua teia

Se for para findar meu tempo nesse campo santo
Que seja assim, como o faz os muçulmanos
Pois sem as armas não teria nada a dizer Alá

Posso ser como uma milícia hezbollah
Que de falta de coragem não me enfraqueço
Mas como pensar em lutas, se olhando fundo teus olhos, de mim esqueço?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Furto


Não quero nessa hora tão afortunada te falar dos mortos
Que repousam no cômodo ao lado da cama em que hoje dormes,
Quero sim te falar do que roubastes,
Com garras ternas e espelhos encantadores
Esses, que por sua vez, refletem o que hoje não sei mais o que é.

Ontem, dominado por claras trevas, encontrava-se o mudo,
no aconchego de um prisma neutro,
no vazio transbordado,
na solidão de quem se bastava por si só.

Um copo, uma nota, uma ponta ou uma voz desafinada,
Daquele que não se importava mais com nada
Furtado de sua sanidade,
Incorporado por aquele que não o deixa mais ver.

Agora tanto faz,
Não tendo mais o que tinha,
Seu doce abandono, sua suave melancolia,
Suas memórias de frieiras abertas e ardidas.

Hoje te falo da responsabilidade que tens
Que nos amores loucos o mundo já se perdeu bastante
Pense que roubando a solidão de quem hoje amas,
Deverás preencher o mesmo com tua graça!

Ainda que o papel se desfaça,
Escrevestes no fundo da minha alma,
Sem ti nada sou e tampouco serei
De ti nada sei e de mim somente uma certeza:
Que um dia morrerei.

Que assim seja, afogado por seus gracejos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O tempo cura (quase) tudo

Meia década depois casualmente eles se encontram. Foram cinco anos, sessenta meses, mil oitocentos e vinte e cinco dias, quinhentas e vinte e cinco mil e seiscentas horas e milhares de minutos (para não precisar fazer a conta). Foram poucas notícias, nenhuma palavra trocada e nenhum contato cordial. Primeiramente a surpresa. Ambos sozinhos e perdidos na noite. Ambos com casamentos desfeitos e muitas outras bagagens. O ar fica denso. Os sorrisos são nervosos. A tensão fica no ar. Os amigos em comum gaguejam. No ápice do que parecia constrangimento, é quebrado o gelo: “olá, que saudade que estava de ti!” Ele não sabe o que faz. Ela toma a frente. Abraçam-se. O respeito impera entre o dois. O contato é breve. Cada um retorna ao seu campo. Segue a noite, como deveria ser. Aumenta a música e o teor alcoólico, com a desculpa de tomar coragem. Quando a banda termina ambos se encontram na área descriminada aos fumantes. Ele não resiste de sentar junto dela. Ela baixa a guarda e aceita. Seguindo uma conversa tensa e estranha eles começam a trocar algumas palavras. Perguntam mutuamente como está à vida, os planos e o que têm feito. Ela reside num estado diferente do dele. O encontro acontece devido às férias de ambos. Algumas palavras depois, uma suave e agradável lavação de roupa suja começa. As risadas tomam conta do ambiente. O ar não está mais denso. O que era cinza ficou colorido. Os amigos aprovam o dialogo de longe. E a noite segue, de forma agradável e gratificante. Ela explica antigas duvidas. Ele expõe velhas mágoas. E ambos acham tudo graça. A bebida não pára de vir para a mesa. Ela atira, ele recolhe. Ainda tem medo. Ela entende. Mais tarde ele avança a linha, ela sorri e recua. E o clima segue mais agradável do que nunca. As mágoas parecem não ter mais importância. O contato está tão agradável que o mundo simplesmente pára de girar. Só existe aquela mesa, aqueles dois e aquele bar que era tão comum para ambos. Infelizmente é chegada a hora de ir embora. O respeito toma conta dos dois. Aparece a dúvida no ar. "Vamos juntos?" "Para onde?" "Só por hoje?" Ambos não querem se despedir. Mas nenhum deles ousa. Abraçam-se num longo e macio abraço. Ele beija o rosto dela com ternura. Ela joga o último charme. Despedem-se. Os carros estão na mesma rua, para o mesmo lado. Aumenta a tensão. Abraçam-se de novo, num abraço cada vez mais longo. Ele foge, ela foge. Cada qual entra em seu carro. Um último sorriso. Ela levou junto consigo a ternura incondicional dele. Ele levou aquele perfume que o assombrou por tantos anos. Ambos concordaram que o tempo cura quase tudo. Só não curou o que ambos sentem e não conseguem mais compartilhar.



PS: Escrevi isso com essa trilha sonora:

http://www.youtube.com/watch?v=SmVAWKfJ4Go&feature=related

Johnny Cash foi "o cara".

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Na sala de espera


Com uma calma de cordilheira ela espera
Passa os olhos sobre palavras que nem lê
Viaja pelo tempo, senti a temperatura
Que se passa nas tuas idéias, mulher da sala de espera?

Que pensamentos fervilham em tua cabeça?
Por quais lugares teus pés beijaram o solo?
Qualquer manifestação, assim quase imploro,
Da mulher da sala de espera.

Quantos papéis já gastastes para registrar tuas memórias?
Ou será que queres o dom de esquecer.
Talvez, referindo-me ao incerto, nem sabes qual a intenção
Que tem a mulher da sala de espera,
com olhos cheios de razão.

No partir, dirigiste um olhar inquisitório a mim
Deixando-me assim com mais dúvidas.
Aonde vais mulher da sala de espera?

Nas ruas, nos guetos, na noite,
depois dela,
Em qualquer esquina que viro o inesperado me espera pacientemente.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Perdão: alívio ou sentença?

Vou exercitar um pouco meu poder de síntese ao falar sobre o ato de perdoar. Aquele ato quase “divino”, louvável, admirável e cristão. Mas enfim, o que é perdoar? Será uma forma de aliviar a alma? De dar uma segunda chance a alguém? Ou ainda será uma forma inquisitória de impor a outra pessoa que sua alma é mais nobre que a dela? Talvez seja um pouco de cada coisa. Ou ainda nenhuma delas. Talvez o perdão nem exista. Mas falemos um pouco de perdão.

Para ilustrar o perdão na minha humilde perspectiva, vou começar com um perdão canônico. Aquele perdão de igreja, do padre, aquele de confessionário (para quem não sabe não estou me referindo ao espaço do BBB). Esse perdão nada mais é do que uma forma de impor a própria grandeza de quem o pratica. “Eu te perdoou”, nesse caso, poderia ser dito da seguinte forma: “Eu sou melhor que você e não tem nada que possa fazer que irá me atingir. Meus valores são grandezas diferentes das tuas e muito superiores. Por isso ainda te dirijo a palavra.” Pareceu forte demais? Mas é isso mesmo. Nesse caso exemplos históricos não faltam. E tampouco faltam ao cotidiano. “Pedir” perdão a alguém que trata o ato dessa forma nada mais é do que se rebaixar a algo muito abaixo da humildade necessária a cada pessoa. É o tipo de perdão mais desprezível que existe.

Para não sairmos da linha, sigo falando de outro tipo de perdão. Aquele da segunda chance. Acho esse fantástico. Ocorre da seguinte forma o fenômeno: “Juro nunca mais fazer isso!” “Vou mudar, vou ser diferente!” “Dessa vez, Sr. Paulo Odone, o Ronaldinho é do Grêmio!”. Desculpe o linguajar, mas esse é de foder o cu do palhaço. Tenho vontade de sair na porrada com quem pede esse tipo de desculpas. E devo dizer também, nunca esperem esse tipo de frase de mim. Esse é um tipo de “perdão” desrespeitoso a inteligência de qualquer um. Pessoas que fazem pilares nas próprias palavras não são pessoas confiáveis ou dignas de deposito de confiança. Creio eu, na humilde opinião de novo, que a única maneira de “pedir perdão” nesses casos é algum tipo de ação que mostre que hoje existe uma atitude diferente. Todos podem mudar, mas não são as palavras que afiançam isso.

Para finalizar, se assim alguém interpretar, vou ser direto. Sim, sou cheio de “ódio” a algumas pessoas. Não existe perdão da minha parte. Perdoar algumas pessoas é ser mais cretino com elas do que as mesmas foram ao “errar”. Não existe ilusão de melhora. O respeito que alguém demonstra, ou a própria dita gratidão ou consideração (para não dizer ingratidão e “te fode mané”), é exatamente o valor que tu tens para a pessoa que assim te machuca. Não há desculpas para isso. Há a distancia, a indiferença e até o próprio desprezo (se ainda existir um rancor direto). São os sentimentos mais sinceros a serem aplicados. O resto é bla bla bla. Me orgulho da condição humana que exerço. Existem casos que realmente não merecem o menor crédito. E pior, não espero jamais (e torço para isso) que concedam a minha pessoa um “privilégio” tão venenoso.

E assim posso dizer: “I did it my way”, só que com sinceridade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Imagens de uma traição






Traidores!!! Ficam as imagens para não esquecermos jamais!!!
Não tem perdão!!!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vivien Leigh






Fotos da atriz mais linda que o cinema já teve. Sempre "Scarlett O'Hara".

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Novo Hamburgo 22 de novembro de 2010. Diário de bordo.

Hoje completo 28 anos. Quase três décadas de existência. O que posso concluir com base em todo esse tempo é que ser eu não é uma coisa fácil. Entretanto, não uma coisa que possa ser considerada difícil. Quer dizer, difícil até certo ponto, porque depois de um tempo considerável de vida começo a ter algumas atitudes mais coerentes com o mundo em que vivo. Por exemplo, sinceramente não me preocupo com as opiniões de pessoas ditas decentes. Tampouco enxergo os demais assuntos que não me são pertinentes. As “trovas” que não me dizem respeito não me pertencem mais. Como também não me pertencem às vidas que não compartilhem da minha. Não me importo com opiniões intelectuais, me valem mais os sorrisos de crianças a criticas de rostos sérios. Não me preenche o amor de quem já me negou uma vez. Mas também, vez que outra, preciso de um favor de uma bela mulher. Poucas coisas no mundo valem mais que o cheiro do pescoço de uma mulher que realmente valha pena. Não me entrego aos prazos como também não me imponho a eles. Esses mesmos prazos podem me suspender de uma atuação social pondo fim no que chamo de existência. Não tenho interesse em ser um “santo” e também não quero repetir mais as mesmas preces. Não admiro Deus. Também não tenho mais a mesma intimidade com o Diabo. Essas “modas” não tocam mais minha alma. Hoje, tenho alguns poucos desejos. Ainda que meio “encapuchado”, desejo não querer mais agradar duas partes e sim ter um ponto de vista, ainda que doa a uma das partes envolvidas. Não tenho medo da sorte e tudo o que ela possa me proporcionar. Ainda que essa mesma seja como uma bela mulher que se torne uma cruel medusa. Quero ainda que meus enredados planos se mostrem em um resultado tal qual se desenham na minha cabeça. As linhas de um sonho mal traçado podem atingir fronteiras intangíveis. E ainda que tenha que ser repetitivo, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, pouco me importa a opinião de quem não tenha o intuito de ser construtivo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Show do Paul McCartney




Não tenho palavras para descrever o show, o artista ou ainda o tamanho da emoção que foi estar lá.
Vai à foto, minha e do meu irmão fazendo careta e registrando a presença no MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA!!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Verso de uma nova aurora

A escrita é falha na tua descrição,
ou menos eficiente que a natureza
Que te desenhou com singular beleza
O amor em tão pura manifestação
É impossível ansiar o dia, no conforto da noite, na companhia tua.


In tempo e fora o verso: tu libertaste meu coração.
André

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tchau

Hoje queria escrever sobre algo que aconteceu comigo há tempos atrás. Procurei palavras, frases, sentimentos, mas não encontrei nada tão apropriado como o que Bebeto Alves disse na música “Tchau”.
Um tchau por telefone. E como ele disse:
“Um pouco de ti
Me faz rir
Me relaxa, me alonga
Um batom, um floral
Uma olhada no espelho
Pra quem você se apronta?”

Mas tchau, você me disse tchau. Enfim, te vejo por aí, talvez amanhã numa outra.
Está aí, abaixo, o link do video da música e a letra da belissíma canção.
E tchau!
Bom findi a todos.
Scheid

http://video.google.com/videoplay?docid=-6898306847937574212#


Tchau

Bebeto Alves
Composição: Bebeto Alves

Queria sentir
Um gosto de café na tua boca
Saber quanto de azul, xadrez, vermelho e estampado
Tem no teu guarda-roupa
Você passa por mim como um sol
Me diz oi,
Caminhando ainda diz
- hoje ouvi uma música, lembrei de ti
Que música louca!

Mas, tchau
Você me disse tchau
Te vejo por ai
Talvez amanhã
Numa outra

Queria te descobrir
Ligar a minha câmera oculta
Saber, que não há nada de mal
A vida te cuida
Quando a sós te encontra
Um salto alto, um livro,
Uma lágrima, uma ponta
Um pouco de ti
Me faz rir
Me relaxa, me alonga
Um batom, um floral
Uma olhada no espelho
Pra quem você se apronta?
Queria sentir
Tão louca de amor
Você ficar tonta

E tchau,
Você me disse tchau
Te vejo por ai
Talvez, amanhã
Numa outra

Queria acordar
Te ver dormir
Acender um cigarro
E pensar
Que o tempo não é um relógio
E ao contrário da lógica
Tão imprevisível
Ele passa
E faz tudo mudar

Tchau
Você me disse tchau
Te vejo por ai
Talvez amanhã
Numa outra

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Te ver

Adentrastes pelas minhas retinas como mar em fúria
Redefinindo o que de fato neste mundo é contraste
Assim, tu, que me “encontrastes”,
Refazes regras de comunhão.

Ainda que entre nós houvesse uma atmosfera
Teu odor corrompeu meu olfato invadido
Nesse momento eu, ainda meio que perdido
Segui teus passos, compassados, retos.

Tua voz falando a quem talvez pouco te atenta,
Reverberou infinitamente nos caracóis dos meus ouvidos
Reinventando melodias com esse sonido
A quem quiza pouco entendia a beleza das ondas sonoras.

E agora, que só tenho eternizado esse breve momento
Sinto inveja de quem pela primeira vez te verás,
Será como eu, de paralisar,
No teu bailar de amor machucado

Covarde sou que me calo
Quando deveria falar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Refletindo um pouco

No último dia 16 faleceu minha avó. Ela não era uma pessoa querida. Não era uma pessoa amorosa. Tampouco uma pessoa carinhosa. Não a vi muito nos últimos anos. Não troquei palavras, ainda que fúteis, com ela. Não quis ouvir ela. Era tão chateado com ela com algumas coisas da minha infância que preferi a distancia. O silêncio “espraguejador”. De fato, fui até o hospital apenas para ver se estava tudo bem com o meu pai e com a minha tia Lisa, que era a pessoa mais ligada a ela e que quiza fora a única que a entendeu e a amou mesmo assim. Amou a velha apesar de todas as diferenças. Bem da verdade, estava preocupado com a tia Lisa mesmo.

Mas sabe, quando vi aquele corpo inerte na maca, pela primeira vez indefeso, alguma coisa mudou em mim. Ver aquele cadáver com esparadrapos no rosto, pálido e frio, fez algo mudar. Pensei, “porra vó, tu vivestes 85 anos e poderias ter vivido todos eles de forma feliz. Poderias ter feito as pazes com todos, ter cedido mais, ter sorrido de boba e ter se preocupado menos com coisas materiais. Nada disso vai dentro do teu caixão.” Ver a minha vó daquele jeito consertou algumas coisas na minha vida. Pois, como diria a história, quando Inês é morta já fodeu tudo. Voltei para o trabalho pensando em tudo isso.

Quando cheguei ao velório e vi tanta hipocrisia na volta do caixão, (sim, quase ninguém gostava da velha, entretanto quase todos choravam), entendi mais uma coisa. Definitivamente mágoas não valem a pena. Amplificar mágoas para justificar nosso próprio ego e falta de confiança é uma coisa completamente imbecil. E como já fiz isso em muitos casos. E em todos os casos o principal sofredor fui eu mesmo. Tchê, sem muitas filosofias ou palavras bonitas: isso é uma merda.

Mais tarde, quando o ministro jogou uma pá de terra sobre o caixão e um breve raio de sol dourou a cena, vi que a vovó (romanticamente falando) também tinha entendido isso. Morreu sem dor, sem doença, sem dar qualquer tipo de trabalho (diferentemente da vida toda que teve saudável). Assim, dessa forma, minha vovó foi uma vovó linda e ótima pelo menos uma vez: ensinou-me que de fato têm muitas coisas que não valem uma vida de rancor.

Hoje peço desculpas a todos que por ventura alguma vez na vida tenha magoado, de forma direta ou indireta. Não peço perdão aos inimigos, até porque para esses minha adaga está sempre pronta! Mas também não dou mais tanta importância as nossas rixas. Que assim seja por toda uma vida.

André.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Destinatário




Se por acaso tu (e sabes quem é) estiveres lendo esse blog.
Sem mais a dizer,
André.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Doses de realidade em tempos modernos

O que é um poema de amor senão o desamor completo?
A melancolia de um calor no peito,
Um frio na barriga,
A estória inacabada,
Ainda que unilateralmente.

O que é um poema de amor senão um hino a solidão?
Um cântico solitário.
Tal qual o tolo lobo que uiva para a lua,
astro intocável,
Em vão.

O que mais pode ser um poema de amor senão palavras de saudade
Aquelas que enumeram dias sempre no mesmo assunto
Sentindo-se o ser insuportável
De tanto refletir sobre o que não necessita mais de reflexão.

Uma náusea, uma pontada,
Um ferimento pelo fio da própria espada,
posta ao uso, de quem por fim,
só quis amar.

A modernidade dos tempos coloca o amor como estrada para a eterna solidão.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Qual é o teu pastel?

Uma das coisas boas de ficar mais velho é que podemos admitir que existem outras coisas fenomenais além do sexo. Explico melhor. Nas conversas de homem, aquelas conversas de bar, existe uma lei universal: nada é melhor que sexo. Pois bem, durante muito tempo para não passar de babaca damos fiança a tal lei, mas depois de alguns anos de existência ampliamos nossos horizontes com mais confiança. E uma coisa posso dizer: dependendo o momento, nada pode ser melhor no mundo que um bom pastel.

Sabe aqueles pastéis “nojentos”, com gordura pingando? São esses a que me refiro. Como já diria o Luiz Fernando Verrissimo, “quanto mais chulé e feio parecer o lugar por fora melhor será o seu pastel”. É a mais pura verdade. Pastel de beira de estrada é o luxo, um verdadeiro colosso. Quando viajo para tocar chego a chorar pelo canto da boca de imaginar que vou descobrir uma nova espelunca que tenha um maravilhoso pastel banhento. Se você entrar no lugar e já sentir o cheiro da banha velha então? Tirou a sorte grande. O pastel será magnífico. Se dentro do estabelecimento tiver moscas? Nossa, o pastel é puro glamour! Mas agora, se você entrar no boteco e ver uma senhora gorda, com as mão mais gordas que você já viu na vida, usando meias kandell, velha, feia (requisito muito importante) e essa mesma estiver fazendo um pastel caseiro... Meu amigo, colosso, fenomenal, estupendo e descomunal são adjetivos falhos para o sabor da jóia de pastel que irá degustar.

E tem outra coisa sobre o pastel. O pastel é um elo de socialização de todas as classes econômicas. Como moro em Novo Hamburgo, já vi inúmeras vezes aquelas “pseudos jovens peruas” saindo de baladas podres de tão chiques, com alguns “mils” de roupa parar nas bancas da Pedro Adams e gritarem: “Bigode, me dá um pastel!” Ta vendo? Depois ficam ali, devorando seus maravilhosos pasteis gordurentos na companhia de cachorros sarnentos, bêbados, putas, travestis e o que elas acham pior: trabalhadores! Essa é uma cena de socialização magnífica. Todos são iguais com um pastel nas mãos. É o ponto comum entre todos nesse momento. Todos se rendem aos encantos de um pastel delicioso feito com péssimos hábitos de higiene.

Contudo tem algo que me deixa preocupado. As grifes de pastel. Perto da minha casa tem uma dessas grifes. O pastel passou a ser uma coisa “fina”. Com um ambiente refinado, limpo (!!!), cheiroso (não se sente o cheiro da maravilhosa banha fervilhando) e somente com gente bonita e elegante. Isso está errado! Não tem graça ir comer um pastel e não ter um bêbado no balcão dando um discurso marxista. Não tem graça ir comer um pastel e não sair fedendo a gordura! E mais, quem faz o pastel tem que ser feio! Tem que ser um bigodudo com sebo no bigode. Tem que ser uma gorda com cabelos engordurados! Essa é a regra do bom pastel! Mas tem algo ainda muito pior: o pastel de grife, (com menininhas bonitinhas atendendo vestidas com uniformes impecáveis), é maravilhoso. Será o fim do pastel “roots” de beira de estrada?

- Ta Dé, mas qual é o teu pastel?
- O meu? Aquele que é preparado por uma “mama” gorda e mais cheio de gordura possível.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cafona

http://www.youtube.com/watch?v=lRbee1HGzXA&feature=related

Porque hoje eu acordei cafona. Talvez apaixonado. Talvez ambos.
Mas que é uma bela música é.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais ou menos assim



Mais ou menos assim era a minha cara quando cheguei em casa da última balada que fiz... Misericórdia!
PS: E to voltando pra Kooks nos findis...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Poema para uruguaiana

Consumo o tinto como cupins devoram um móvel velho,
Tenho todo o tempo do mundo.
Lentidão aparente e pensamentos fervilhantes,
Fazem um estrago nessa linha de tempo.

A porta aberta é um convite ao inesperado.
Como se fosse possível fechá-la,
uma sombra encobre o que poderia ser teu rosto,
ou uma foto velha no canto da sala.

Até quem me vê caminhar na rua sente o peso que sinto,
Refluxo do doce ingerido na ausência imposta.

Dou-te um poema.
Uma celebração do quanto já passou o tempo,
Esse mesmo que já virou anos!
E ainda assim,
Sem tu passares por mim.

E se por acaso aparecesses,
Seria mais um desses mistérios do amor,
Mas se não apareceres não importa:
Esse poema é teu.

A comédia cotidiana vai me distrair
Enquanto a fumaça do cigarro ainda desenhar teu rosto,
E assim se desfazer no ar.

Esse poema é teu
É direito poder assim falar.
Na escuridão que espera a luz tua,
E até lá:
Esse poema é só o que posso dar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Sam.....playing it again...."












"It is still the same old story
The fight for love and glory
A case of do or die
The world will always welcome lovers
As time goes by..."


E assim a vida imita a arte:
Bons tempos do cinema,
Maravilhoso esse momento da vida.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Talvez, talvez e talvez.

Como já gastei papel para anestesiar velhas magoas. Talvez se fosse possível empilhar todas as folhas se construiria um alto monumento. Um monumento a dor, a solidão, a insustentável paz que o silêncio produz. Quando, nessas fases da vida, esse mesmo silêncio se impôs a mim, sempre reagi com um acorde, um grito, um canto, um poema ou um texto. E como gastei papel com isso. A dança da caneta tatuou folhas em branco, folhas amassadas, folhas velhas e amareladas. E me pergunto então: Por que disso tudo? Que tipo de mensagem é essa? Aonde pode chegar tais palavras vãs? Não encontro respostas, se é que essas mesmas existem. Não sei por que escrevo, porque canto ou porque componho. Talvez porque seja uma parte de mim que insiste em não se calar. Que insiste em ser vã e que atira palavras ao vento, entregando assim a sorte do destino que um poema possa alcançar. Talvez porque existam mais assim como eu. Talvez, talvez e talvez.

E como passa o tempo que de repente são anos. Os velhos dramas ainda ilustram a velha folha que serve de pauta para a vida. Os mesmos medos, as mesmas incertezas e as mesmas teimosias. É a comédia de uma vida na qual o ator principal não representa e não é acompanhado por uma platéia. Então, pergunto: Por que ele está ali? Para entreter quem? Talvez, usando de novo a palavra, seja para a diversão de um deus. Esse mesmo que sem uma igreja postada não teria absolutamente nada a dizer. Talvez, talvez e talvez.

Talvez seja para viver a dor. Talvez seja para se converter a futilidade, ou ainda a sistemática anestésica imposta pela era digital com toda a sua exatidão. Uma forma de amplificar sentimentos e jogar de forma rápida num veiculo instantâneo. Talvez seja para viver o mistério do amor, aquele esquecido sentimento que brota nos momentos românticos antes e depois do sexo. Tão esquecido mesmo. Talvez, e digo somente talvez, seja para descobrir que o inevitável é a única forma de solucionar o que parece não ter solução. Talvez, talvez e talvez.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dunga?


Tem uma coisa que gostaria de saber. Por que o Carlos Caetano tem o apelido de Dunga? Até onde sei, “Dunga” é um dos sete anões da Branca de Neve, famoso clássico infantil dos irmãos Grim. Na fábula, os sete anões são: Soneca, Dengoso, Dunga (o único que não tinha barbas e não falava), Feliz, Atchim, Mestre e Zangado. Pelo visto, quem apelidou o “Dunga” de “Dunga” não leu o famoso conto. É evidente que pela lógica “Dunga” só poderia ter um apelido, mas caso alguém não tenha usado a lógica ainda vamos analisar cada um dos sete anões.

O treinador da seleção poderia ter o apelido de “Soneca”?

- Senhor Soneca, por que o senhor não convocou o Ronaldinho Gaúcho?

- Ah, eu estava com muito sono e “zzzzz”... ai pensei bem e “zzzzz”....

Não dá né! O Dunga não tem preguiça de trabalhar. Ou então:

- Dengoso, quem será o substituto do Kaká contra Portugal?

- Eu acho o Kaká tão fofo que nem consigo pensar em alguém para o lugar dele.

Puta que pariu! De jeito nenhum mesmo. Não combina com o cara.

- Feliz, o que o senhor acha da sua fama de retranqueiro?

- Eu fico todo orgulhoso e muito contente com todos me chamando de retranqueiro e me criticanto o tempo todo. O Brasil é um país tão bonito, com pessoas tão legais e eu amo de coração a imprensa e toda a equipe da Rede Globo!

Bah, aí é de foder! Quem sabe então o próximo da lista. Atchim:

- Não posso dar essa coletiva hoje, atchim... porque estou, atchim... com uma alergia, atchimmmmmm... a jornalistas, ATCHIMMMMMMMMM!!!

O Dunga também não faz bem o papel de doente.

Mestre, poderiamos chama-lo de Mestre? Porra, daí é forçar a barra também...

O “Dunga” só poderia ser o Zangado! Quem deu o apelido para o nosso comandante da seleção estava completamente equivocado. O último episódio com o repórter da Sportv Alexandre Escobar mais uma vez provou isso. Por mais que ache que o senhor “Zangado” tenha razão de mandar alguns jornalistas a merda, é claro que não é uma postura que combina com o cargo que ele ocupa. Mas vamos olhar pelo lado positivo: o “Zangado” (vou começar a chama-lo assim), fez o que todos nós gostariamos de fazer com esses comentaristas esportivos. Eu tenho uma vontade tão grande de chamar o Mauricio Saraiva da RBSTV e o Kenny Braga da Rádio Gaucha de “cagão”, “filho da puta”, “burro”, “chato”, tal qual o Zangado fez. Todos eles acham que são técnicos! Que sabem mais que todos (assim como nós). Só que com uma diferença: o veiculo e o alcance das suas declarações. Muitas vezes, assim como as do Zangado, tais declarações ou comentários não correspondem ao cargo que eles ocupam. Sendo assim, “Zangado”, tô contigo e não abro! Manda eles a merda! Mas eu queria dar um palpite na tua escalação, acho que se tu fizeres um esquema com o Robinho no meio, Nilmar na frente..
Brasileiro falando de futebol é foda!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Paixão do Tango


E o que dizer da Argentina até agora na copa? A Argentina canta, dança, beija e encanta. Até então, os hermanos estão com todas as características de uma equipe campeã. Tem um grande time, um grande craque (Messi), vontade de vencer e não tem um grande técnico, têm o Maradona. Maradona não é um técnico de futebol. Não é um comandante. Está bem longe de ser um exemplo para o esporte. Maradona é um rockstar sem uma guitarra. É a figura mais controvérsa da história do futebol.

O ano era 1986 e eu tinha poucos anos de vida, mas me lembro de uma frase dita pelo meu pai: “Foi com a mão!”. Ele se referia ao gol histórico do Maradona contra a Inglaterra. Lembro-me também que nos anos posteriores, todos na minha escola na hora da pelada do recreio narravam jogadas do Maradona com a bola nos pés. Algo tipo, “aí vai Maradona, passou por um, por dois, por três, gol!!!” Todos queriam jogar como ele. Todos acordavam cedo para ver os jogos do Napoli na Band. É difícil dizer qual foi o guri dos anos 80 que não quis ser o Maradona com a bola nos pés. Claro que na época, nós as crianças, não entendíamos os vícios do craque. Não sabíamos ainda o que era cocaína e também não tínhamos a menor idéia das confusões que os jogadores aprontavam. Nós, eu, só queríamos dançar com a bola nos pés e gritar “gol do Maradona!!!” Não vimos o Pelé jogar, somente em vídeos e na minha opinião o Maradona nem chega perto dele (o Pelé tem três copas do mundo, o Maradona só uma), mas mesmo assim, para nós ele era o maior do mundo.

Mas agora falando do Diego Armando técnico, acho que ele tem algumas coisas que o faz ser o personagem da copa. Primeira, ninguém explora o marketing como ele. É o rei absoluto dos jornais, com as declarações mais polemicas do mundial. Beija seus jogadores até na boca (“nosfffa, tô bege”) para os fotógrafos. Segundo, ele não é um técnico, não é um comandante, ele é um jogador a mais na Argentina. Ele não precisa teorizar para seus jogadores, ele mostra como se faz. “É assim que se lança”, e vai lá e faz um lançamento “foda” nos treinos. Sabe como a bola quer ser tratada. Sabe como pouquíssimos no mundo como se joga futebol. Terceiro, o tango. A Argentina joga com a pátria nos pés e com o coração embalado pela paixão de uma nação. A Argentina se doa e joga com respeito ao próprio povo. Não sei se a Argentina será campeã, espero que não. Torço pelo Dunga, apesar de não simpatizar com ele. Mas uma coisa é certa, o “Keith Richards” dos gramados vai incomodar muito nesse mundial.

terça-feira, 15 de junho de 2010

“Duas tequilas e uma ceva”

- Duas tequilas e uma ceva, por favor.

O garçom prontamente atende ao pedido do solitário cavalheiro sentado no balcão que prontamente devora as tequilas e vira a ceva.

- Mais duas tequilas e mais uma ceva, por favor, senhor.

O garçom mais uma vez atende ao pedido do cavalheiro que outra vez devora rapidamente as duas tequilas e vira a outra ceva.

- Senhor, por favor, me dê mais duas tequilas, uma ceva e uma água sem gás.

Claramente intrigado com o sujeito a essa altura, o garçom serve as duas tequilas, coloca a ceva no balcão ao lado da garrafa de água sem gás pedida. O sujeito, já cagado de bêbado, vira as duas tequilas, vira a ceva e vira também a água, essa última não pela garganta, mais sim sobre a cabeça. O garçom já meio chocado com a cena incomum pergunta ao sujeito:

- Meu caro amigo, por que a pressa de ficar tão bêbado em tão pouco tempo?
O sujeito responde:
- Economia de tempo. Agora me dá mais duas tequilas, uma ceva, um Martini, um sex on the beach, um campari, uma vodka em um copo de shot, uma amarula, uma água sem gás e um esparadrapo.

Nesse momento o garçom faz uma cara de apavorado e de extrema incompreensão com relação ao pedido do sujeito. O cavalheiro, bêbado, porém não burro, percebeu a cara do garçom e explicou:

- Uma tequila o senhor serve para mim. A outra para aquela bela morena de peitos grandes e tatuagens no fim do balcão. A ceva também é para mim. O Martini vai para aquela loira com carinha de adolescente que ta parada naquela mesa, por ser jovem ela deve gostar de bebidas doces e fracas. O drink, sex on the beach, tu levas para aquela tigresa preparada aqui do lado, porque já é sugestivo como o decote dela. O campari é um cumprimento ao vocalista da banda que está tocando que é amigo meu a longa data. A vodka é para o meu amigo que ta rasgando aquela mocreia na entrada do banheiro, estou tentando ajudar ele a deixar ela mais bonita, se é que o senhor me entende. A amarula é para mocreia, porque tem que ter algo doce naquela cara azeda, e a água sem gás vou virar na minha cabeça, de novo, para ver se consigo falar com alguma delas depois se um dos meus drinks oferecidos tiver efeito.

Por mais que o raciocínio do sujeito tivesse uma lógica, o garçom ainda estava intrigado com o último pedido, o esparadrapo. Então perguntou:

- Senhor, e o esparadrapo, faço o que com ele?

Prontamente o bêbado respondeu:

- Esse é para o senhor colocar na própria boca, porque explicação só se da para porteiro de zona.





Quanta “finéssi”...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Silvio Rodriguez - Ojala

Uma das belas canções do poeta cubano Silvio Rodriguez. Quem ainda não conhece confere lá no youtube.

http://www.youtube.com/watch?v=u80ocuvZxmY



Ojalá
Ojalá que las hojas no te toquen el cuerpo cuando caigan
para que no las puedas convertir en cristal.
Ojalá que la lluvia deje de ser milagro que baja por tu cuerpo.
Ojalá que la luna pueda salir sin tí.
Ojalá que la tierra no te bese los pasos.


Ojalá se te acabé la mirada constante,
la palabra precisa, la sonrisa perfecta.
Ojalá pase algo que te borre de pronto:
una luz cegadora, un disparo de nieve.
Ojalá por lo menos que me lleve la muerte,
para no verte tanto, para no verte siempre
en todos los segundos, en todas las visiones:
ojalá que no pueda tocarte ni en canciones


Ojalá que la aurora no dé gritos que caigan en mi espalda.
Ojalá que tu nombre se le olvide a esa voz.
Ojalá las paredes no retengan tu ruido de camino cansado.
Ojalá que el deseo se vaya tras de tí,
a tu viejo gobierno de difuntos y flores.



Agora a tradução:

Tomara
Tomara que as folhas não toquem seu corpo quando caiam
Para que não as converta em cristal.
Tomara que a chuva deixe de ser um milagre que baixa pelo seu corpo
Tomara que a lua possa sair sem você.
Tomara que a terra não beije seus passos


Tomara que acabe o seu olhar constante
A palavra precisa, o sorriso perfeito.
Tomara que aconteça algo que te apague rapidamente
Uma luz que cega, um disparo de neve.
Tomara que pelo menos a morte me leve,
Para não te ver tanto, para não te ver sempre
Em todos os segundos, em todas as visões.
Tomara que eu não possa te tocar nem nas canções


Tomara que a aurora não dê gritos que caiam nas minhas costas.
Tomara que o seu nome não se esqueça dessa voz
Tomara que as paredes não retenham o ruído do caminho cansado
Tomara que o desejo se vá atrás de ti,
Para seu velho governo de defuntos e flores.