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Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Perdão: alívio ou sentença?

Vou exercitar um pouco meu poder de síntese ao falar sobre o ato de perdoar. Aquele ato quase “divino”, louvável, admirável e cristão. Mas enfim, o que é perdoar? Será uma forma de aliviar a alma? De dar uma segunda chance a alguém? Ou ainda será uma forma inquisitória de impor a outra pessoa que sua alma é mais nobre que a dela? Talvez seja um pouco de cada coisa. Ou ainda nenhuma delas. Talvez o perdão nem exista. Mas falemos um pouco de perdão.

Para ilustrar o perdão na minha humilde perspectiva, vou começar com um perdão canônico. Aquele perdão de igreja, do padre, aquele de confessionário (para quem não sabe não estou me referindo ao espaço do BBB). Esse perdão nada mais é do que uma forma de impor a própria grandeza de quem o pratica. “Eu te perdoou”, nesse caso, poderia ser dito da seguinte forma: “Eu sou melhor que você e não tem nada que possa fazer que irá me atingir. Meus valores são grandezas diferentes das tuas e muito superiores. Por isso ainda te dirijo a palavra.” Pareceu forte demais? Mas é isso mesmo. Nesse caso exemplos históricos não faltam. E tampouco faltam ao cotidiano. “Pedir” perdão a alguém que trata o ato dessa forma nada mais é do que se rebaixar a algo muito abaixo da humildade necessária a cada pessoa. É o tipo de perdão mais desprezível que existe.

Para não sairmos da linha, sigo falando de outro tipo de perdão. Aquele da segunda chance. Acho esse fantástico. Ocorre da seguinte forma o fenômeno: “Juro nunca mais fazer isso!” “Vou mudar, vou ser diferente!” “Dessa vez, Sr. Paulo Odone, o Ronaldinho é do Grêmio!”. Desculpe o linguajar, mas esse é de foder o cu do palhaço. Tenho vontade de sair na porrada com quem pede esse tipo de desculpas. E devo dizer também, nunca esperem esse tipo de frase de mim. Esse é um tipo de “perdão” desrespeitoso a inteligência de qualquer um. Pessoas que fazem pilares nas próprias palavras não são pessoas confiáveis ou dignas de deposito de confiança. Creio eu, na humilde opinião de novo, que a única maneira de “pedir perdão” nesses casos é algum tipo de ação que mostre que hoje existe uma atitude diferente. Todos podem mudar, mas não são as palavras que afiançam isso.

Para finalizar, se assim alguém interpretar, vou ser direto. Sim, sou cheio de “ódio” a algumas pessoas. Não existe perdão da minha parte. Perdoar algumas pessoas é ser mais cretino com elas do que as mesmas foram ao “errar”. Não existe ilusão de melhora. O respeito que alguém demonstra, ou a própria dita gratidão ou consideração (para não dizer ingratidão e “te fode mané”), é exatamente o valor que tu tens para a pessoa que assim te machuca. Não há desculpas para isso. Há a distancia, a indiferença e até o próprio desprezo (se ainda existir um rancor direto). São os sentimentos mais sinceros a serem aplicados. O resto é bla bla bla. Me orgulho da condição humana que exerço. Existem casos que realmente não merecem o menor crédito. E pior, não espero jamais (e torço para isso) que concedam a minha pessoa um “privilégio” tão venenoso.

E assim posso dizer: “I did it my way”, só que com sinceridade.