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Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Equação do Amor

Caminhei pelas ruas das incertezas que mapeiam meus dias. Contei pedras nas calçadas e desviei das emendas (me surpreendo que existam pessoas que tenham esquecido essa brincadeira ou tantas outras ainda).  Reparei nos sorrisos plastificados das pessoas, nos seus passos apressados, na rigidez das mãos e no peso do cotidiano que todos que passavam por ali carregavam. Sonhei breves segundos. Sorri. Voltei pro mundo ao som de uma buzina e xingamentos. Entrei na movimentada avenida com andar largo, parei um pouco, voltei ao ritmo inicial e sonhei. Sonhei enquanto cantarolava uma canção que o Caetano Velloso regravara há pouco tempo. Paguei de ridículo para uma menininha com cabelos coloridos, que cobriam seu rosto, enquanto eu cantava. Em seguida, “caguei e andei”. No meu tempo, e não pensei que seria tão breve dizer isso, não era feio se distrair cantando qualquer bela canção. Enfim, voltei mais uma vez pro mundo. Acelerei, estava atrasado, e entrei no prédio que tinha compromisso. Anunciei-me e esperei. Enquanto esperava sentando a minha vez, mais uma vez mergulhei no sonho profundo. Como era bom relembrar aquela praia. Aquela caminhada de mãos dadas na beira do mar, fora da temporada de verão, no frio do Rio Grande do Sul. Éramos apenas nós dois. Nossas conversas sem sentido faziam todo o sentido de sermos. Naquele mínimo ponto do universo, desafiamos e zombamos de todos os deuses. Quanta heresia foram nossos abraços e quantas blasfêmias todos os nossos beijos. Batemos de ombros para a imperfeição, pois nos bastávamos ali, somente, completando um ao outro.  E eu, que tenho o hábito medonho de equacionar tudo, não encontrei fatores que pudessem compor qualquer fórmula. Naquela praia, na minha lembrança e nos meus “sonhos”, exteriorizei, silenciosamente, um amor que nunca sentira antes. Esse mesmo que segue a regra fundamental do amor, que é ser tolo. Que é trocar qualquer situação ou lugar para estar ao lado de quem se ama. Que é entender que cada etapa de um processo doloroso de conhecimento se confunde com a renovação diária de uma chama, que se acende quando os olhos encontram o sorriso (no caso o teu).  E a longa espera do amadurecimento é anulada ao compartilhar de ambos, por horas e horas e horas, todas as brincadeiras bobas de enamorados.

Desde aquele dia na praia, te levo comigo aonde quer que eu vá. Nossa equação não faz qualquer sentido nas regras da matemática. Somente faz sentido para nós dois e o nosso sonho delírio compartilhado.