Quem sou eu

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Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mentira

Minto quando a verdade é chata demais.
Ou ainda quando se faz insustentável ao teu ouvido
Quando a realidade é intensa, eu minto!
E assim crio a minha própria arte.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sobre as nuvens...

Quando em um dia cinza qualquer
A felicidade chegar até ti na forma de uma gota de chuva
Não a deixe do lado de fora da janela
Tão pouco a espalhar-se pela grama e perder-se

Desconfies da sinceridade contida nos raios de sol
Esses só chegam quando convém a si próprios
Tenhas certeza que quando mais precisarás deles,
Estarão todos escondidos atrás das nuvens
E juntos então
Em uma hilariante cumplicidade com as mesmas
Debocharão de ti:
“Hei! Estamos aqui! Tu sabes, mas não pode ver-nos ou sentir-nos”.

Entendas as mulheres como entendes agora as nuvens
Elas sempre podem ter alguma coisa escondida atrás da própria ternura...

Saibas que todas são moldáveis a desenhos
Belas formas e maciez de um infindável prazer
Basta observa-las e imaginar tudo o que elas podem ser
Ou ainda como podem fazer-te sentires

E quando não souberes mais para onde ires
Perdido entre todos os seus encantos
Elas pesarão e sobre teus ombros cairão seus prantos
Nas formas de pequenas, frias e mortais navalhas.

Então, quando teu sangue confundir-se com a terra,
Verás que uma pequena gota de chuva tocará a tua janela
Implorando para entrar
E assim
O céu denso será mais radiante que o próprio sol
Como se o cinza fosse a mais bela das cores
Entenderás mais uma vez
Que por mais que sofras com os amores
São somente a eles que pertencem a tua própria alma.

sábado, 15 de novembro de 2008

Morrestes

Morrestes
Simples assim
Procurei-te pela casa
Pelas ruas, esquinas, calçadas.
Morrestes
Simples assim
Procurei-te entre as pessoas
Entre todos os rostos da noite
Entre todos os raios de sol da aurora
Mas morrestes
Não pertences mais a vida
(ou somente a minha)
Começo a acreditar que morrestes...
Pero sei morrestes só pra mim
E não há mais luto agora

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Solidão

Solidão é aquela que sempre boto pra correr com um cigarro, um violão ou um poema.

Escultura em Vidro

Se desprezas meu amor,
Não sabes o que faz
Meu amor é uma arte
Uma canção de paz

Se desprezas meu amor,
Ainda que não me sintas
Sentirás a falta dele
Pois ele preenche o imenso vazio teu

Meu amor,
Não é um amor tolo, que se perde no teu rosto,
E tão pouco derrapa em tuas curvas.
Meu amor,
Não é um amor provado, posto a ser testado,
Ou ainda a ser um entretenimento teu.

Meu amor,
É um amor sincero
Que sofre com teus desvios fugindo de ti mesma,
Que sabe que a bela que faz pilares na beleza
Teme não ter nada além do externo a ser exibido
E ainda é um amor profético:
Conhecedor do teu sofrimento quando os anos a levarem de ti
Juntamente com todos que hoje a ti desejam
Pois esses se voltarão para a mais nova “bela”.

Meu amor atravessa o tempo
Não liga para o passado ou teme o que está por vir
Meu amor não é um amor inventado
É semeado e eternizado no teu ser

É a culpa quando sou amante
Mentira que quero ser
É a busca perpétua de estar ao lado teu
Disposto a doar mais e mais do meu amor.

Mas se desprezas meu amor
Saibas que ele é uma escultura em vidro
Que se quebra simplesmente por medo de tocar
Pois somente assim ele pode ser:
Amor

domingo, 2 de novembro de 2008

Poema para a minha morte

Pura presunção
Mas se chegar a tanto
Prenda os olhos naquele senhor velho
Fumando sozinho ali no canto

As mãos já são tortas
Não encontra mais a própria música
Perdeu o ritmo da vida
Somente a solidão ele busca

Às vezes cantarola algumas canções velhas
Outras prefere contar algumas histórias
Que ninguém acredita
Mas ele as conta
Sempre repete as mesmas
Onde ele é o herói de si mesmo

O garçom pergunta:
“O de sempre Seu André?”
Ele responde que sim com a cabeça
Algumas vezes parece achar que ninguém merece uma palavra sua
Quanta arrogância daquele senhor velho!

Acho que não tem família
Nunca o vi com filhos
Parece não dar a mínima para o que construiu
E ainda, uma vez, o ouvir dizer:
“Se fosse tão importante não seria papel.”
Quanta arrogância daquele senhor velho...

Mas o que mais me intriga
Por que ele ainda escreve? E para quem?
Guarda tudo nos bolsos
Quanta ignorância daquele senhor velho!

Que a solidão tenha piedade dele e a morte se faça implacável
Para assim redimir aquele senhor velho
- Olha como ele caminha!
Parece carregar todos os pecados do mundo nas costas
Lá se vai o senhor velho
Mas para onde?