Quem sou eu

Minha foto
Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Recalque

Hoje, como tantas outras vezes, vou exercitar meu recalque nessa página. Até porque creio que se a maioria dos escritores, pensadores, filósofos e bêbados não tivessem muitos recalques, seus textos não teriam a menor identificação ou fundamento. O recalque faz parte da condição humana e é de muita importância ser exteriorizado por quem dele tem alguma breve consciência de diagnosticá-lo como um sentimento que de fato é. Caso o sujeito não tenha essa breve consciência, ele também não vai deixar de exteriorizar esse magnífico sentimento. Ele o fará e sempre o fará de forma estúpida e com grandes estragos, as chamadas atitudes ridículas. O que é uma coisa meio besta dizer, porque na atitude e no significado da palavra, nada pode resultar da ação de um recalque que não seja a palavra ridícula para a melhor ilustração. É mais prudente diagnosticar para que o recalque seja menos vergonhoso, não provocando o que gosto de chamar de “vergonhera”. Gosto sempre de colocar, e essa situação existe em um livro meu que quiza um dia será publicado, que se o demônio pudesse repetir a historia de Jó nos dias de hoje, ele somente precisaria amplificar e encorajar os recalques do religioso. Com a quantidade de ferramentas que temos hoje, a exemplo dos sites de relacionamentos, isso já geraria estragos dantescos. Mas enfim, o recalque nesse exato momento é só meu e não vou ficar fazendo filosofias chapadas sobre o assunto na amplitude do ser.

Após conversar com um grande amigo meu ontem, chegamos à conclusão que em aproximadamente, e muito infelizmente, vinte anos talvez nossos pais apenas ilustrem belas memórias na nossa mente. Todos os feitos deles serão uma saudosa lembrança praticamente singular na cabeça. Para não irmos muito longe, serão lembranças para meu filho como são as lembranças dos meus avôs para mim. Vagas. O que quer dizer que todas as preocupações deles, empenho, ensinamentos, sacrifícios, não terão muito significância para a vida na Terra. Prova disso é falarmos do Japão, aquelas aproximadamente vinte mil pessoas que morreram não são mais lembradas pela maioria das pessoas do globo, que certamente já se ocupam de outras coisas. O que é correto. A vida, com a nossa anuência ou não, sempre e de alguma forma, vai continuar. E não vai se importar muito com a gente. Hoje posso falar de grandes escritores e músicos que muita gente nem lembre. Essas por sua vez vão me falar do Luan Santana e eu (sem respeito nenhum dizendo) vou estar cagando e andando para isso. Até o querido astro pop do Brasil de hoje será, e talvez muito em breve, uma lembrança. E depois de um tempo, para muitos e muitos, nem isso. “Luan quem?” Será assim mesmo. Porque somos assim. Porque a vida é assim. Porque tudo no nosso sistema solar e demais galáxias é assim.

Então, onde está o meu particular recalque nessa lenga lenga toda? Simples: como eu, instrumento de adoração própria, um dia nem memória de alguém serei? Como eu, aquela pessoa que considero mais especial que todas, posso ser deixado por alguém?Como eu, e somente eu, não faço uma diferença de fato nessa merda toda de vida? Isso é muito recalque para um ser só! Eu, no plano real, não faço diferença nenhuma. E sei disso, mas não sinto isso. Se assim sentisse, acho que a depressão seria tão pesada que a morte não seria um culto e sim necessidade urgente. Eu ainda sou para mim o centro das atenções. E coloco isso hoje nessa página! Exponho meu recalque com gosto de exercer minha condição humana. E adivinhe: essa atitude e texto são ridículos. Bem ridículos de passagem... Mas poderia ser pior, eu poderia ter um perfil de Facebook, Orkut, Twitter... Ou até posse em algum governo. Ou uma simples arma na mão. “Tá barato” para o tamanho do meu recalque esse blog.