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Comediante. Sou comediante e vivo todos os dias essa comédia que é a vida. Se a tua não está engraçada é porque não estás olhando pelo prisma certo. No fim das contas, por mais que tenhas responsabilidade, honra e valores, tudo vai ser resumir numa única sentença: "Se phodeu. Virou banquete de vermes." Não gostou? Te phode! Não pedi para gostar! ;)

domingo, 2 de novembro de 2008

Poema para a minha morte

Pura presunção
Mas se chegar a tanto
Prenda os olhos naquele senhor velho
Fumando sozinho ali no canto

As mãos já são tortas
Não encontra mais a própria música
Perdeu o ritmo da vida
Somente a solidão ele busca

Às vezes cantarola algumas canções velhas
Outras prefere contar algumas histórias
Que ninguém acredita
Mas ele as conta
Sempre repete as mesmas
Onde ele é o herói de si mesmo

O garçom pergunta:
“O de sempre Seu André?”
Ele responde que sim com a cabeça
Algumas vezes parece achar que ninguém merece uma palavra sua
Quanta arrogância daquele senhor velho!

Acho que não tem família
Nunca o vi com filhos
Parece não dar a mínima para o que construiu
E ainda, uma vez, o ouvir dizer:
“Se fosse tão importante não seria papel.”
Quanta arrogância daquele senhor velho...

Mas o que mais me intriga
Por que ele ainda escreve? E para quem?
Guarda tudo nos bolsos
Quanta ignorância daquele senhor velho!

Que a solidão tenha piedade dele e a morte se faça implacável
Para assim redimir aquele senhor velho
- Olha como ele caminha!
Parece carregar todos os pecados do mundo nas costas
Lá se vai o senhor velho
Mas para onde?