Quando falo de saudade
Falo de uma saudade devoradora
Que me toma a razão
Que devasta minha alma
E me torna puro desespero
Quando falo de saudade
Falo de uma saudade sangrada
Que jorra das minhas chagas
E assim queima meu espírito
Se falar mais uma vez da minha saudade
Falo de uma saudade maior que a que tenho da infância
Das tardes de domingo com cheiro de bolacha
Na casa da avó que não tenho mais
Minha saudade é maior que a saudade de uma pessoa só
É a saudade de muitos e todos
Que só cura com aquele que atravessa as nuvens
Quando com ele vem teu sorriso de casa cheia
Teus braços abertos receptivos
Tua inocência de criança
Teus anos de futuro
E teu olhar de esperança
Sou um simples trovador
E hoje falo de saudade
Da alegria de quem cria alegria
E semeia sobre um solo de tristeza
No teu sorriso só mora a beleza
De quem possui a fonte da inocência
E que se a Terra permitir assim vai se espalhar